quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Informação não é questão de posse, mas de acesso.

Durante muito tempo nós comercializamos produtos baseados em informação como objetos passíveis de posse. A gente pagava por um livro ou cd (os principais símbolos da cultura de venda do conhecimento) e podíamos levá-los conosco para casa, para sempre.

Porém, agora caminhamos para um mundo muito mais simples, onde o sentimento do “ter” começa a dar espaço para o sentimento do “saber”.

Nesta nova linha de pensamento e atitude, não precisamos mais ser donos de um livro, cd ou qualquer outro objeto desta natureza. O que passa a valer é o fato de a gente ter acesso a estes conteúdos sempre que precisarmos ou quisermos.

É isso que faz este novo mundo ser cada dia mais interessante.

Estamos voltando a valorizar o ser humano pelo que ele “é”, pelo que “sabe” e por como ele se “comporta”. A questão do “ter” está começando a ficar ultrapassada.

Então me lembro de uma frase da música “Gentileza”, da Marisa Monte:

"Por isso eu pergunto / À você no mundo / Se é mais inteligente / O livro ou a sabedoria"

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O fim da Pirataria.

Já podemos decretar o 'fim da Pirataria". Ele realmente está muito próximo.

Vejam bem:

Está cada dia mais difícil pra nós gerenciar nosso acervo de CDs e DVDs, sejam eles 'legítimos' ou 'piratas'.

Não há HD suficiente. A quantidade de disquinhos se multiplica na estante. Gravamos músicas de artistas diversos no mesmo cd e para encontrar o que queremos depois é muito difícil. Gravamos filmes que só vemos uma vez.
Enfim, esta vida de excessos está complicada demais.

Tudo seria bem mais fácil se houvesse uma empresa que catalogasse todas as músicas, gerenciando um grande acervo de forma eficiente (boa classificação, opinião da comunidade, lista dos mais ouvidos, lançamentos, etc) e me cobrasse pelo serviço de streaming, sem eu precisar fazer uma cópia.

Daqui a pouco todos os celulares e automóveis terão acesso à internet banda larga e tocarão música, assim como os computadores já fazem.

Então será muito mais fácil a gente acessar uma 'rádio' web e escutar o playlist que eu quiser.

Mas, pra isso acontecer, as empresas - gravadoras principalmente - terão que entender que o preço deste serviço não pode ser tão caro como é hoje. Terá que ser bem baixo. Talvez até um serviço dentro de um pacote comercializado pelos provedores de acesso à internet.

Quando fizerem isso, músicos, artistas, produtoras, gravadoras, enfim ... todo o mercado começará a ganhar pelo serviço e não pela venda de um produto.

Ágio, Contrabando e Pirataria.

O que estas três coisas têm em comum?

A princípio parece que todos são eventos referentes a coisas ilegais e ruins.

Mas, pensando mais um pouquinho, começo a perceber que todos os três são eventos resultantes do desequilíbrio do mercado.

Afinal, ambos só aparecem quando há a intervenção nas leis naturais do mercado.

Vejam só o momento em que cada um deles se torna mais evidente:

Ágio: Quando a Oferta é menor que a demanda e o preço final não é alterado. Quando isso acontece, o produto desaparece do mercado e os mais abastados começam a pagar mais pelo produto.
Exemplo: Automóveis.


Contrabando: Quando existe um vendedor e um comprador, mas o Governo resolve proibir ou sobretaxar sua comercialização.
Exemplo: Drogas e Eletro-eletrônicos.


Pirataria: Quando o vendedor sabe que o comprador quer muito aquele produto e resolve colocar um preço muito acima do que o comprador está disposto a pagar.
Ex: CDs, Softwares e Filmes.


A conclusão que chego é que seria muito mais fácil se estas leis naturais de mercado fossem melhor observadas e respeitadas. Acredito que todos estes elementos que chamamos de problemas seriam muito menos dolorosos.

domingo, 14 de outubro de 2007

Recesso

Tem um tempo que não escrevo nada.

Muitos trabalhos pingados, pouca grana e muita ansiedade.

Em breve volto ao normal.

Até.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Caio Pra Dentro de Mim



Desde que o conheci pessoalmente, sempre achei o Marcelo Yuka um cara acima da média. Tanto como pessoa como compositor.

A saída dele do O Rappa pra mim é o marco do "começo do fim" da banda. Tanto é que não saiu mais quase nada de lá desde então.

O primeiro cd da nova banda do Yuka - O F.UR.T.O (Frente Urbana de Trabalhos Organizados) - é muito bom.

A música "Caio pra dentro de mim" é uma viagem imensa, onde a gente pode ter uma boa noção do que o cara passou depois de ter sofrido o "acidente".

Admiro a capacidade que algumas pessoas têm em se expressar através da música. E o Marcelo Yuka - assim como Chico Buarque, Mano Brown, Renato Russo - é uma destas pessoas.

Acredito que a banda ainda tem o vocal como ponto fraco. Mas, em breve acredito que esta banda vai arrebentar.

Boa sorte galera.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

A Ponta do Iceberg




É ele.

O Mensageiro da Mudança.

A Ponta do Iceberg.

NAPSTER


terça-feira, 7 de agosto de 2007

Elton John tá maluco ou então muito desesperado.


Também no G1 li a matéria em que o Elton John dá a infeliz opinião de que a Internet deveria ser fechada durante 5 anos. É um comediante este vovô.

Ele se esquece que durante cerca de 50 anos os artistas mais bem sucedidos ganharam muito dinheiro a partir do "sequestro" do ouvido de bilhões de pessoas no mundo, que - para ter acesso aos beneficios dos meios de comunicação massa - precisaram ficar sujeitos aos seus males dominadores.

Eu vou fazer uma pesquisa na internet pra saber quanto um músico vendia de discos e quanto ele podia criar de fortuna antes da existência do rádio e da tv.

Ainda não fiz esta pesquisa, mas acredito que eu não vá encontrar nenhum músico ou artista que tenha ganho mais de um milhão de dólares durante toda sua vida.

Chegou a hora equilibrar a equação. Elton John que se acostume a ganhar menos que 30 milhões de dólares por ano. Como eu disse anteriormente, acho que ele não vai passar fome por isso.

[Matéria na íntegra: http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL81315-7085,00.html]

Royalties das rádios na internet.



Acabei de receber o e-mail de uma amiga um link para uma notícia no Portal G1 (da Globo.com) falando sobre a polêmica de cobrança de royalties das rádios de Internet. Os valores que a Copyright Royalty Board aprovou são muito acima do que as rádios conseguem ganhar. [matéria na íntegra: http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL81937-7085,00.html]

Lendo isso me veio uma dúvida:

Quer dizer que as gravadoras pagam “jabás” milionários para colocar suas músicas nas rádios convencionais e cobram também fortunas para que estas mesmas músicas sejam veiculadas nas rádios de internet. Por que?

Será que é porque na rádio convencional o usuário é apenas um receptor facilmente controlável e na rádio de internet ele pode ter escolha e não precisa engolir o lixo que uma meia dúzia de opções de rádios impõem?

Tem alguma coisa errada nisso tudo, né?

Pense nisso.

Rob. Valeu pela matéria.

domingo, 5 de agosto de 2007

A volta do artista.

Milton Nascimento em sua música “Bailes da Vida” já dizia sabiamente que “todo artista tem de ir aonde o povo está”.

Com a revolução Internet e a necessidade de revisão das leis de Direitos Autorais, um dos principais caminhos para os músicos voltará a ser fazer shows.

Não basta mais fazer um sigle, pagar “jabá” pras rádios, ficar famoso e depois ficar somente ganhando dinheiro com as leis de Direitos Autorais (leis que eu discordo muito de um certo ponto de vista, como já mencionei aqui antes).

Mas, voltando à letra do Milton Nascimento. É possível que a gente esteja presenciando o resgate e a salvação da alma do verdadeiro artista, que deverá ter como motivação o prazer de expressar sua arte e não apenas a vontade de ficar rico e famoso.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Campanha Solitária



Comecei hoje minha campanha solitária.

Não que ela não tenha adeptos, mas sim porque não estou me afiliando a nenhuma já existente.

A campanha é: "ASSISTA MENOS TELEVISÃO"

Aproveite o tempo que sobrar pra ler um livro, criar um blog, montar um pequeno negócio como forma alternativa de renda e de desenvolvimento pessoal, tocar um instrumento musical, praticar esportes, namorar ou qualquer outra coisa do gênero.

Televisão tem muita coisa boa, mas se você bobear ela te toma muito tempo de vida.

É isso aí. Divirta-se.

Os anônimos

Estou fazendo uma pesquisa na Internet sobre Arquitetura de Informação e estou impressionado com a quantidade de pessoas que postaram opiniões de qualidade em blogs e sites colaborativos.

É muito bom ver que hoje em dia qualquer pessoa pode participar ativamente dos meios de comunicação e não apenas ficar passivamente diante de uma tv.

Fico feliz de poder consultar sobre um assunto e conseguir rapidamente opiniões diversas que ajudam na minha própria concepção sobre o assunto.

Fico feliz também em ver que colocando suas opiniões, estas diversas pessoas estão na verdade se desenvolvendo, já que o esforço de estruturar opiniões de forma escrita é grande e ajuda em muito na consolidação do conhecimento.

E o Faustão ainda diz que não usa a Internet porque tem muita besteira. Aí eu pergunto: O programa dele é super instruivo, né?

terça-feira, 24 de julho de 2007

Trama Virtual

Conheci hoje o projeto Trama Virtual ao acessar o site http://tramavirtual.uol.com.br/

Lá uma banda pode se cadastrar e expor suas músicas. A partir daí existe todo um gerenciamento destes trabalhos, inclusive um ranking das músicas mais ouvidas no site.

O projeto é uma rádio online e uma plataforma de lançamento de novos talentos, com “custo zero” de produção para a Trama.

Com este ranking é possível ter um pré-filtro e saber, antes de a gravadora Trama investir nas bandas, quais delas têm o melhor potencial de aceitação no mercado.

Isso é um excelente exemplo das idéias propostas no livro “Cauda Longa” [citado anteriormente], que aliás é leitura obrigatória pra qualquer profissional que deseja ter sucesso no futuro.

O projeto Trama Virtual é maravilhoso e está muito a frente do que as gravadoras tradicionais estão pensando.

Fiquei muito satisfeito de ver que tem gente inteligente se mexendo e ajudando o mundo a evoluir.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Crise ou Libertação?

Tava agora falando com um amigo sobre o conteúdo dos meus posts dos últimos dias.

A gente foi trocando algumas idéias e chegou ao seguinte questionamento:

1) Com a internet (e seus desdobramentos) as pessoas terão acesso a praticamente todas as músicas já gravadas no mundo (pelo menos o pensamento converge pra isso);

2) Elas poderão ouvir estas músicas no momento que quiserem; e

3) Não precisarão mais gostar da pouca diversidade que os rádios e as tvs veiculam arrasadoramente.

Sendo assim a gente fez a seguinte pergunta pra nós mesmos:

Estamos vivendo agora um período de CRISE ou de LIBERTAÇÃO?

segunda-feira, 16 de julho de 2007

CD do Prince é brinde de Jornal

Malandro é o Prince, que vendeu toda a sua primeira prensagem para o Jornal “Mail on Sunday”, que vai encartá-lo de brinde para seus leitores.

Isso vai fazer com que as pessoas tenham a mídia em casa, “de graça”, sem que o Prince perca dinheiro com isso.

Além de tudo, esta ação ainda vai incentivar os outros a comprarem o cd após o término da promoção, pois o fato ganhou grande espaço na mídia e por isso será mais procurado.

Isso mostra que quem traçou esta estratégia está muito à frente da maioria e certamente será recompensado por isso.

CD-zero e MusicPac



Estava agora juntando os jornais aqui em casa para levar para o posto da Comlurb aqui na minha rua e vi a matéria “Comigo é mais barato”, que saiu no jornal O Globo – Segundo Caderno - no dia 8/7/2007.

Esta matéria fala da estratégia das gravadoras para aumentar a venda de CDs. O CD-zero é a opção da Sony BMG, enquanto o MusicPac é a aposta da Universal.

O conceito é baratear os custos para poder baratear o preço final.

Esta é uma estratégia válida em momento de transição. Porém, é apenas um paliativo, que vai apresentar um resultado imediato, mas não vai resolver o problema de longo prazo.

A grande realidade é que as gravadoras estão se mexendo muito devagar para o lado certo.

A dinâmica do mercado mudou radicalmente e é preciso mudar as estratégias na mesma intensidade.

As gravadoras – de uma forma geral – continuam investindo dinheiro nos artistas e recebendo apenas pela venda de seus CDs, enquanto os artistas e seus empresários recebem (além do dinheiro da venda dos cds) por todo o resto. O problema é que este todo resto daqui a pouco será responsável por toda a renda do artista.

A venda de música (principalmente de cds) tende a ter custo zero pro consumidor num futuro muito próximo e é preciso que as gravadoras passem a negociar todas as outras fontes de renda com os artistas.

As gravadoras precisam ter participação em shows, comerciais, músicas sob encomenda (ex: Seu Jorge e Sagatiba), merchandising, entre outras coisas. Se não for assim, será crise eterna.

O maior problema é que esta nova estratégia vai levar o trabalho dos empresários de hoje para dentro das gravadoras, sob a responsabilidade dos Labels (gerentes) das gravadoras. E isso vai ameaçar a figura dos empresários de bandas.

Certamente esta será uma briga boa.

sábado, 14 de julho de 2007

O preço de um cd

Acabei de fazer uma comparação.

Pesquisei o valor do cd “Favourite Worst Nightmare”, do Arctic Monkeys na internet.

Na Americanas.com está a R$ 26,90. Na Amazon US$ 10,99, o que equivale a R$ 20,46.

Considerando-se que o salário mínimo brasileiro é de cerca de R$ 420,00 e o americano o equivalente a R$ 980,00, o mesmo cd custa 6,4% do nosso salário mínimo e 0,4% do americano.

Parece mentira, mas é isso mesmo. 6,4% do nosso salário e 0,4% do deles.

Como nós somos um grande consumidor da cultura americana (o que eles acham ótimo) e nosso salário mínimo é menos da metade do deles, alguma coisa deve estar errada, né?

Depois abro o jornal e fico espantado de saber que o Brasil é uma dos principais mercados de pirataria no mundo.

Tudo bem que existem outros motivos para essa pirataria rolar solta. Mas, também ninguém ajuda.

Dá pra ser menos ganancioso e nos apresentar preços mais razoáveis???

Ah. Esqueci de dizer. O mesmo cd (só que importado) na mesma Americanas.com custa R$ 72,90.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Até quando fala sério o Faustão só fala besteiras.



Noutro dia vi o Faustão na Marília Gabriela dizendo que não acessava a internet porque só tem besteira. E o programa dele o que tem?

Neguinho não consegue enxergar que esse novo mundo que se aproxima é muito interessante.

Vejam só. Não é muito mais valioso um cara usar a mente dele pra produzir uma piada e escrevê-la em um blog ou e-mail e passar pros amigos do que ele ficar o dia inteiro parado na frante da TV assistindo a seguidos programas apenas como um mero telespectador?

Estamos migrando de um mundo altamenmte passivo para outro muito mais ativo.

E olha que no exemplo acima falei de uma simples piada. Imagina este mesmo comportamento ativo produzindo conteúdos de blogs, lista de discussão, wikipédia e derivados, etc. Isso não é muito melhor que estar sentado no sofá vendo pela 15ª um filme na telinha do titio marinho.

É isso. E viva a internet. E que venham as mudanças.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

O novo custo da música - Parte 2

Assim, as gravadoras deixarão de utilizar o atual modelo de venda de músicas (característica da Sociedade Industrial) para a venda do serviço de reprodução de músicas (Sociedade da Informação).

O custo de cada música certamente ficará muito, mas muito mais barato. Em contrapartida, as gravadoras farão repedidas vendas da mesma música para o mesmo consumidor.

No final das contas, o mercado da música continuará gerando muito dinheiro para quem for mais inteligente.

O novo custo da música



A facilidade de reprodução de música a uma qualidade satisfatória em mp3 já é uma realidade sem volta.

Todos nós estamos conseguindo baixar mais múscias que podemos ouvir.

É muito sedutora a possibilidade de ter ao alcance dos nossos dedos a opção de escolher a música que quisermos na hora em que desejarmos.


Entretanto, neste paraíso do mundo da informação, outra questão surge como limitador: o gerenciamento de arquivos.

Chega uma hora em que as músicas não cabem mais no hd e gravar cds e dvds começa a ficar inconveniente. Sem contar nas formas de classificações dos arquivos, o que dificulta muito o momento da reprodução.

Este "custo" de armazenagem passa a ser tão alto, que em algum momento começa a se transformar eu um transtorno.

A aparelho de mp3 do futuro (o lançamento do iPhone pode nos dar uma boa noção sobre o rumo que a música começa a tomar) terá muito pouca memória de hd. O principal será a conexão de banda larga full time a um preço accessivel.

Assim, ao invés de eu gravar terabytes de músicas neste hd, eu terei uma boa conexão de Internet e poderei acessar alguma rádio com um acervo gigantesco. Lá eu encontrarei um monte de músicas que gosto, muito bem catalogadas (por artista, gênero, álbum, etc) e ainda poderei usar diversas formas de filtros para poder conhecer novos trabalhos dos mais diversos artistas.

Tudo isso via streaming, sem a necessidade de baixar cada arquivo. Meu hd será somente para gravar meus arquivos pessoais.

Mas, para que tudo isso se torne realidade, o custo da música deverá chegar a um valor que o usuário considere melhor pagar por 100 streamings ao invés de 1 download.

Este serviço provavelmente estará agregado a um serviço maior, seja de um provedor ou uma operadora de celular.

Assim, por exemplo, quando eu contratar o serviço de telefonia de uma operadora, eu terei como parte integrante do pacote, a possibilidade de ouvir 300 horas de músicas por mês.

O fim do Disco de Ouro



Já está na hora de acabar com este grande ícone do mercado fonográfico chamado Disco de Ouro.

Afinal, não se vende mais disco (e daqui a pouco nem mais cd) e a quantidade de mídias vendidas já está muito abaixo da quantidade de realmente consumida pelo público.

Tá na hora de achar uma equação que realmente possibilite às bandas a medição de seu sucesso.

Uma mistura de público nos show com uma pesquisa sobre quais músicas as pessoas andam ouvindo em casa.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Área VIP na frente – parte III

Outra forma interessante de fatiar os espaços dos shows é: quem paga mais caro fica no lugar mais perto do palco.

Isso acontece muito com shows de MPB e afins, onde a organização dos espaços para o público é feita a partir somente de mesas e lugares sentados.

Em shows mais jovens onde a organização é feita por pista não existe este tipo de abordagem.

Esta é uma excelente forma de ganhar dinheiro e ainda manter a ordem local, evitando brigas ou coisas parecidas.

É tudo uma questão de pensar com a mente de Marketing.

Área VIP na frente – parte II

Outra forma de organiza shows é fatiar o espaço do público.

Assim, quem chega primeiro fica no primeiro pedaço, que é mais perto do palco e assim por diante.

Desta forma, todos os fãs poderiam ser tratados com respeito, sendo recompensados por chegar cedo. Sem por isso ter que passar privações fisiológicas e psicológicas (ficar totalmente espremido, sem fazer xixi ou poder pegar um ar sem perder seu bom lugar).

Área VIP na frente



Desde o show do Lenny Kravitz em Copacabana reparo que as áreas VIPs dos grandes shows estão na frente.

Esta é uma boa estratégia de Marketing. Afinal, por que os convidados VIPs tinham sembre que ficar num ótimo camarote, com bebidas e comidas deliciosas de graça, porém lá atrás de todo mundo?

Ora, num show de música, o mais importante é a experiência com o artista. E nada melhor que estar o próximo ao palco.

Esta atitude dos organizadores é muito inteligente e pode ser o início de uma grande mudança nas organizações de shows.

Só é preciso ter atenção e flexibilidade com os diferentes públicos, pois isso pode trazer alguns tipos de problemas para os fãs fanáticos das bandas.

A dinâmica do mercado musical.

Já repararam como a dinâmica do mercado da música mudou?

Antigamente as bandas lançavam o disco e iam pra estrada divulgar seus trabalhos, vender seus discos e assim ganhar dinheiro.

Hoje em dia as bandas lançam o disco, esperam fazer bastante sucesso nas rádios, todo mundo baixar na internet e todo mundo ficar fã das músicas. Aí então a banda vai pra estrada fazer show e ganhar muito dinheiro com estes shows.

Com a evolução das tecnologias da comunicação e dos transportes, ficaram muito mais fácil e barato músicas e artistas circularem ao redor de toda a Terra.

Agora o que conta para o usuário – o que realmente faz diferença – é a oportunidade de ver o artista ao vivo. A grande experiência está no ao vivo, pois a gravação está muito fácil de ser reproduzida e distribuída.

Por isso os shows estão tão caros.

Resumindo. Boas bandas continuam ganhando rios de dinheiro.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Cauda Longa

Eu só compro livro hoje em dia guiado por alguma indicação, seja ela de um amigo ou de uma boa resenha em um blog, jornal, revista ou qualquer outro meio de comunicação.

Agora estou lendo o livro "Cauda Longa (the long tail). Do mercado de massa para o mercado de nicho", que foi indicado pelo meu amigo André Xavier, webdesigner de respeito.

O Conceito principal do livro é:

Nos mercados de massa a oferta de produtos é limitada pelas possibilidades de estoque, o que faz com que os "grandes sucessos" vendam muito e o produtos com menor potencial de vendas nem cheguem ao mercado.

Já nos mercados de nicho - embasados na facilidade (e baixo custo) da oferta via internet - é possível uma ampla exposição de produtos.

Ex: A Wal-Mart tem em seu estoque 4.500 títulos de cd (equivalente a 25 mil músicas). O CD que a Wal-Mart acha que vai vender abaixo das suas expectativas nem entra no catálogo. Sendo assim, é certo que este cd não vai vender mesmo, pois não é oferecido ao público. Isto se faz pela limitação física do estoque, que apesar de imenso, é finito.

Já a Rhapsody - empresa de venda de músicas pela internet - oferece cerca de 800.000 músicas. Isto mesmo, 800 mil músicas diferentes. Com o custo de estoque/oferta muito baixo ela pode disponibilizar uma grande quantidade de músicas que não são promessas de vendas.

A diferença entre a oferta no mercado físico (lojas reais) e as ofertas feitas pela internet ele chama de long tail [veja o gráfico].



O interessante é quando ele começa a observar que esse "mar" de músicas junto começa a faturar um dinheiro muito próximo da soma da pequena quantidade de mega hits do mercado.

A partir disso ele começa a analisar a nova forma de funcionamento do mercado de nichos e apresenta diversos conceitos muito interessantes.

Indico este livro pra qualquer pessoa que queira ter sucesso no mercado de música, marketing, internet e business em geral num futuro bem próximo, pois muitas coisas que o autor fala já estão acontecendo nas nossas vidas.

Ah. O autor fala também da crescente importância dos filtros de busca para se conseguir gerenciar esta enorme ofereta. E advinhe: a indicação dos amigos é um dos mais importantes filtros do mercado de nichos. Exatamente a forma que me fez comprar o livro :-)

É isso.

Boa leitura.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

A Casa do Futuro

Num futuro próximo a casa ou apartamento do futuro vai poder ser muito pequena.

Pensa só:

- Não vou mais precisar ter cds de música, pois elas vão ficar armazenadas em grande servidor de uma grande empresa de entretenimento e comunicação (seja Oi, Globo, Uol ou outras) e eu vou pagar por um pacote de serviços.

- Minha tv vai ser de LCD e a programação será transmitida toda via IP e não precisarei mais guardar caixas de DVDs.

- Meu aparelho de som vai ser minúsculo, pois não terá espaço para fita cassete – se bobear – nem pra cd. Além disso, suas caixinhas poderão ser as mesmas do home theater e qualquer outro dispositivo de som da casa.

- Meu PC será um laptop leve e bem fino, que eu poderei usar em qualquer lugar da casa, pois será com conexão sem fio.

- Meu telefone fixo será o meu telefone celular, pois não haverá mais diferença de tarifas.

- Meus livros e jornais estarão todos dentro de uma Librié (que poderá ser meu próprio lap top), assim:

o Não precisarei mais me desfazer de grandes volumes de jornais e revistas semanalmente para reciclagem (e eles não precisarão mais consumir tanto papel para chegar às nossas mãos).

o Meus livros não ocuparão mais uma biblioteca, que por qualquer descuido fica com aquele cheiro horrível de mofo.

Bom, com tanta coisa que vai sumir da minha casa, um apartamento de 30 metros quadrados vai ser uma mansão.

Aí, a grande decisão vai ser escolher um bom lugar pra morar, pois o que vai valer mesmo vai ser a localização. O lugar que você morar vai passara ser a extensão da sua casa.

Como não gosto de condomínios repletos de fofocas, jardim botânico ou gávea (de frente pra mata) são opções muito bem cotadas.

O que vai contar agora é vaga na garagem e lugar pra guardar as pranchas de surf :-)

terça-feira, 22 de maio de 2007

Crise ou Redistribuição de Renda?

Mais uma vez volto a falar sobre a questão da crise na indústria da música.

Concordo que os lucros deixaram de ser tão atraentes como antigamente.

Mas, pensando bem, será que ser artista de cinema ou músico é ser tão superior às outras pessoas?

Então, por que motivo mesmo um "astro" deve ganhar 100 milhões de dólares por ano, enquanto seu público ganha 30 mil?

Aí eu volto na questão que falei uns posts atrás:
Quanto vale o tempo de minha atenção? O tempo que eu deixei de fazer algo de bom pra ficar ouvindo rádio ou vendo tv, enquanto estes grandes "astros" ficam implorando pela minha audiência, pra depois tentarem fazer uma extorsão no meu bolso.

Bom, isso pra mim está cheirando mais a redistribuição de renda e não crise.

Mas, se todos querem chamar assim, que venha a crise.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Mercado Fonográfico x Tráfico de Drogas

Tô aqui pensando na dinâmica do mercado fonográfico e percebo que eles trabalham da mesma forma que os chamados "traficantes de droga de porta de colégio".

Os traficantes chegam na porta dos colégios e oferecem drogas de graça pra molecada. Quando a essa molecada começa a se viciar os traficantes vão e cobram uma pequena fortuna pelo produto.

As gravadoras usam a mesma tática. Elas fazem de tudo pra uma determinada música de um artista tocar bastante nas rádios e em programas de tv. O público, mesmo não sendo muito fã daquela música, uma hora acaba acostumando com o que lhe é imposto e com isso começa a "gostar" do que ouve. A partir daí, a gravadora vai e cobra uma fortuna pra este ouvinte poder escutar aquela "obra prima" em um cd em casa.

É ou não é igual ao traficante de porta de colégio?

Bom, ainda bem que hoje em dia temos a internet. Já tô conhecendo um monte de bandas alternativas que arrebentam.

domingo, 20 de maio de 2007

Informação: Ouro ou Lixo

Com a evolução da tecnológica, a produção de informação aumentou exponencialmente. Junto com ela aumentou também a capacidade da distribuição e recepção de todo este conteúdo (principalmente por causa da internet).

Todo mundo tá produzindo informação e isto pode ser muito ruim ou muito bom.

Se você não souber como procurar e/ou filtrar o conteúdo disponível, toda essa informação acabará se tranfosmando em lixo pra você. Ao mesmo tempo, se você produzir um conteúdo e ele não for visto por ninguém, este também não terá valor algum.

Mas, por outro lado, se você sober usar os mecanismos de busca na internet e souber classificar a relevância de suas fontes de informação, você terá algo muito valioso nas mãos.

Neste novo cenário a propaganda perde muito o seu valor. E a grande fonte de credibilidade passa a ser as pessoas do seu cículo de amizade e referências (redes de conhecimento). Passa a ser essencial a opinião de um amigo que você confia ou de uma figura pública que você acredita e admira.

sábado, 19 de maio de 2007

Música de Graça

Hoje eu estava mais uma vez conversando com meus amigos sobre a reprodução de músicas e pirataria. Nesta conversa todos nós concordamos que a pirataria é crime e quem a pratica está indo contra a lei. Entretanto, ficamos na dúvida sobre o que é realmente a pirataria, se é o indivíduo que reproduz o cd de um amigo em casa para consumo próprio, o que cria um site P2P para distribuição em uma determinada comunidade ou o que grava cds em série e re-vende nas ruas e em camelôs.

Porém, para determinar mesmo o que é certo ou errado, o que faz sentido ou não, devemos ter um pensamento um pouco mais amplo do que somente a avaliação de leis estabelecidas no passado por nós mesmos.

Independente do tempo em que vivemos, a música sempre foi e continua sendo a arte que encanta as pessoas e influencia em diversos aspectos de suas vidas. Porém, a mídia que armazena e transporta o resultado artístico dos músicos vem sofrendo diversas mudanças, tanto que hoje em dia não existe mais diferença facilmente perceptível entre um cd original comprado na loja e uma reprodução caseira.

Durante muito tempo estive muito próximo do dia a dia de uma gravadora de música. Sempre vi o desespero dos executivos deste segmento, tanto no mercado brasileiro quanto mundial. Uma grande e desesperada tentativa de barrar os seus “contraventores”, principalmente os propagadores de música dos sites P2P, como o do precursor Napster.

Esta atitude das gravadoras é evidentemente inútil. A revolução da informação, tão anunciada por Alvin Tofler no livro "A Terceira Onda", já chegou e os seus resultados são claros e inevitáveis. Não há como ir contra isso. É uma imensa e poderosa mudança de paradigma, inclusive no mercado fonográfico.

Há uns quatro anos atrás eu achava que esta revolução iria diminuir o preço das músicas, que seus preços iriam ficar muito baixos e acessíveis para todos. Desde aquela época já entendia que as gravadoras não vendem cds, e sim músicas. Desde então, defendia que as gravadoras são a plataforma de lançamentos dos músicos e não somente as produtoras de seus cds e que por isso, deveriam ter participações também nas demais fontes de renda dos artistas.

Antes dessa revolução os artistas faziam show para divulgar seus LPs e ganhar dinheiro com sua venda. Quanto mais discos vendidos, maior o prestígio e o lucro destes artistas.

Parece um contra-senso. Todos os artistas anônimos fazem de tudo pra que as pessoas ouçam sua música. Contraditoriamente, depois de alcançar a tão almejada fama, cobram fortunas para que estas mesmas pessoas comprem seus cds.

Com esta conversa de hoje a minha “ficha” caiu e todas as peças do quebra-cabeça se uniram.

A verdade é que hoje os shows não são mais para vender os discos. O contrário é que é praticado. O cd, mp3, dvd ou qualquer outra forma de reprodução e armazenamento da arte realizada pelo músico é que se transformou na grande plataforma de divulgação das outras fontes de renda dos artistas. Agora estes artistas deverão ganhar dinheiro com seus shows ao vivo, além de muitas outras formas de comercialização de sua arte, como venda direitos de utilização de suas músicas e imagens em projetos comerciais diversos, como campanhas publicitárias, eventos, filmes etc. Um grande exemplo disso é o programa “Família Osborne”, com o músico Ozzy Osborne, na Mtv.

O futuro da reprodução e distribuição da música é ser DE GRAÇA. Isso mesmo, DE GRAÇA. Todos poderão ter e escutar as músicas que quiser, sem pagar um centavo sequer pelos seus direitos autorais. Este caminho é inevitável e quem entender isso primeiro vai poder repensar a sua atuação e sair na frente dos outros.

Noutro dia vi que o mercado já começa a compreender esta mudança. A gravadora Warner Music assinou um contrato com o músico Gustavo Lins, onde terá participação sobre o faturamento dos seus shows. O mesmo acontece com a nova gravadora do cantor Netinho, a Da Massa.

Tenho certeza que esta mudança trará uma grande democratização da arte e não deixará seus criadores menos ricos (se deixar, também não será o fim receber 10 ao invés de 20 milhões).A realidade é que isso dará a chance a muitos de alcançarem seu lugar ao sol sem a necessidade de ficar debaixo do guarda-chuva das gravadoras, que nem sempre assinam contratos satisfatórios para ambas as partes, como vemos divulgado hoje na imprensa.

Qual o valor da minha atenção?

Um emissora de TV ou Rádio faz seus programas e vende espaços publicitários em valores calculados com base em sua audiência.

Isto é, cada espaço comercial tem seu valor avaliado pela quantidade de pessoas que assistem/ouvem passivamente a estes programas.

Pensando desta forma, me pergunto:

"Quanto será que eu devo cobrar pra estes veículos de comunicação por ficar vendo/ouvindo os programas e as mensagens publicitárias que eles mandam pra mim?"

Pirataria





O post inicial do meu Blog vai ser sobre um assunto que me deixa muito intrigado: PIRATARIA

O mercado de música hoje em dia vive falando de venda de cds piratas, trocas de músicas em sites p2p e gravação de cds de amigos em casa.

Aí eu me pergunto: QUAL O CONCEITO CORRETO DE PIRATARIA?

Penso nisso porque quando eu era moleque eu comprava fita cassete e gravava o disco que eu quisesse e ninguém nunca falou que eu estava fazendo pirataria.

Será que gravar músicas em casa só começou a ser pirataria a partir do momento que a qualidade da reprodução caseira ficou tão boa que as pessoas pararam de comprar as mídias produzidas pelas gravadoras?

Afinal. O QUE É PIRATARIA?

Pense sobre isso.